sábado, 11 de agosto de 2007

Chá de Palavras



Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.

Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.

Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim

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(Jorge Palma - "Encosta-te a mim")

Este homem é um poeta! Encostem-se bem e bebam estas palavras...




3 comentários:

Anónimo disse...

Hummm, adoro este vídeo! :)) Um hino à amizade. Brindemos, manita. Beijo enorme!**** :)

Paula Spranger Pereira disse...

É tão bonito, não é?

Anónimo disse...

''quero-te bem'' e ''venho do nada'', é engraçado como nos lugares mais inimaginaveis se encontram recordações.